quarta-feira, 7 de outubro de 2015

PERDÃO


"Perdoar"... 
Porque é tão fácil de se pronunciar 
E tão difícil de se praticar? 
Porque é tão fácil aconselhá-lo 
Do que simplesmente tomarmos como lição? 
Fácil para os outros dizerem... 
Difícil para nós acatarmos. 
Perdoar vai muito além do que esquecer 
Perdoar é retirar do peito toda a mágoa 
Retirar de vez aquela casca grotesca 
Que tapa a ferida temporariamente 
Mas ao menor arranhão, lá está ela à mostra... 
As mágoas escondidas que dói e ainda machuca 
Quando se lembra do fato, relatos ao vento 
Pessoas que passam o mesmo tormento 
Tornamos eleitores do maestro que rege nossas vidas 
Com marcas marcadas, cicatrizes profundas 



Perdão... é preciso sim, perdoar. 
Mas, a quem primeiro vale o ato? 
Nós, por que fomos falhos nos atos e palavras, 
Ou devemos perdoar ao outro pelo troco malgrado? 
E o que pensar quando se diz a si mesmo: "Eu perdoo fulano"... 
Não. Você não perdoa cem porcento.. 
Consegue ficar amigos sem rancor? 
Consegues ter em sua casa o amigo traidor? 
Consegues tê-la como amiga, a mulher que te arruinou? 
Consegues tê-lo como amigo, o homem que te humilhou? 
Consegues desejar-lhes o bem, quando este o feriu? 
Não. Não sabemos perdoar. 
Não aprendemos ainda a perdoar. 
Dizemos da boca para fora. É mais cômodo. 
Vamos encarar! 
Não adianta ler, ouvir, 
Nem tampouco, estudar sobre a lição do perdão! 
Se nem ao menos, aprendemos a amar simplesmente, 
O nosso irmão que carece do pouco, que vive largado 


Nas ruas, nas sarjetas, chorando por um bocado de gorjetas! 
Não aprendemos a perdoar coisas banais, cotidianas. 
Gritamos desvairados nos trânsitos caóticos. 
Encolerizamos por tão pouco e ainda dissemos que perante o Cristo, somos todos irmãos... 

Ironia do destino, hipocrisia de uma sociedade careta e selvagem. 
Somos simples gavetas ambulantes guardando tudo na mente, 
Somos bois ruminantes que enojamos a Língua Portuguesa. 
Somos escravos inconscientes, delinquentes da matéria apodrecida. 
Do orgulho ao amor ferido, do egoísmo, 
Da ganância ao poder absoluto, que não perdoa ninguém. 
Somos pais do amor próprio que ganha na frente em disparada, 
Atropelando e distorcendo tudo o que sai e entram ao coração 
Sem ver ao menos a chance de reconciliar com o inimigo, 
Que pelos desígnios de Deus, Ele diz ser teu irmão. 
Não percebes que o destino é correto e sempre deixa à nossa mão 


As oportunidades a baterem à nossa porta, como um chamado à remissão? 
Somos surdos nestas horas, ah,.. e como somos! 
Não temos a noção d' extensão da grande lição ao perdão, 
Fechamos em copas, a sete chaves, e jogamos as chaves fora. 
Destruímos de vez toda boa ação, somos inúteis ao perdoar. 
E aí, o que nos resta é repetir o "tudo", outra vez... 
Aqui na Terra é assim, sempre é lição, é escola de vidas e para a vida 
Somos nós, aluno repetentes tomando juízo, retomando a lição. 
Livre arbítrio que nos concede a escolha exposta, a contra-proposta 
De tentar tudo outra vez, mas com a certeza de fazer direito, desta vez. 
E descobrir que é chegado o tempo, o acerto de contas, afinal de contas, 
Entre eu, você, e os "outros", somos espiritualmente, uma grande família. 


E estamos aqui hoje e agora para aprender uma grande lição: 
Conceder o P E R D Ã O de vez aos inimigos, reconciliarmos 
E amá-los como a nós mesmos, como gostaríamos que assim o fosse. 
Será hoje possível o sucesso desta nobre lição? 
Eis que o tempo é a cura que abençoa e doam oportunidades a cada amanhecer, 
Chamando teus filhos à luta a subir mais um degrau 
Na escala da nossa vida terrena, a tão sonhada, 
E V O L U Ç Ã O.

Simone Medeiros 
Ilustração: Google


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