segunda-feira, 31 de agosto de 2015

VIELAS E BECOS, LÍNGUAS E BOATOS



VIELAS E BECOS, LÍNGUAS E BOATOS

Caminho calmamente pelos becos, dormente
Pensamentos me levam a um mundo doente
Anestésico absorvo dos atos nada coerentes
Sigo silente por vielas e becos sem serpentes

Uma chuva lava as calçadas e línguas felinas
Becos nas entrelinhas, são agulhas sem linhas
Becos que acolhem boatos entre as tais vizinhas
Desocupadas mentes que aderem a rodinhas

Roda da fortuna, roda da língua grande, são
Todas elas que fiam e tecem os fiapos, refrão
Cantiga que lateja nas pontas dos dedos vão
Em busca de mais linguarudas tecer a dicção

Vielas, becos não foram feitos para tecer boatos
Foram feitos para tecer histórias, verdades e fatos
Digo Não, a pura lorota contada aos quatro atos
Ver, ouvir, julgar e falar aos ventos, atos ingratos

A má língua dos outros que julgam por si só, faz
O outro enxergar com a visão contrária da paz
Espalhar o verbo da boca mal sã é pecado jaz
Um dia, palavras más voltarão ao coração voraz

Será tarde da noite, quando ouvir soar a trombeta
Não precisa juntar seus bens pois, não há gaveta
A morte será o passaporte sem nenhuma maleta
Reaprenderá a lição quando retornar ao planeta.



Simone Medeiros
21/08/2015


Ilustração: Google


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