quinta-feira, 3 de setembro de 2015

ENTRE O CÉU E A TREVA

ENTRE O CÉU E A TREVA


Sem choro

Sem flores
Sem namoro
Sem amores

Sem aflição
Sem calma
Sem compaixão
Sem alma

Sem nexo
Sem comida
Sem reflexo
Sem vida

Sem horas
Sem tempo
Sem penhoras
Sem passatempo

Sem tormentos
Sem enfermidade
Sem lamentos
Sem mortalidade

Sem dias
Sem sociedade
Sem picuinhas
Sem vaidade

Sem você
Não tenho nada
Tentar te esquecer
Torna-se uma cilada


Com você

Eu tive o meu mundo
Em suas mãos
Sem você
Sou ave mutilada,
Sem asas sem direção...

Sem rodeios, eu te proponho
Sem a velhice a te ofertar
Sem vida para contigo viver
Sem luz para te mostrar
O que o mundo não quer crer
Que existe o amor sim
Entre o céu e a treva

Onde o arte de amar enfim, jaz
Bela dama, não vês que sem ti sou incapaz?
Não vestes que neste corpo gélido e sem cor,
Existe um coração desprovido de calor?
Sem teu amor para meu caminho seguir
Serei ave e fera, sem paz a conseguir

Ofereço-te vida longa e um caixão
Na pele o frescor da manhã
Na face a maciez de uma lã
No coração a neve derretida
Da morte rejuvenescida contida
Pela nossa eterna e doce paixão



Simone Medeiros
02/08/2015


Ilustração: Google



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Simone de Corpo, Alma e Poesias...