SE EU PUDESSE
Se ao menos eu pudesse
Mexer os pauzinhos da varinha
Feito bruxa ou madrinha
Transformaria o pó em areia
Que com o vento, o levaria
O grão de areia para o mar
Nadando na linha do horizonte
Buscando através dos montes
Um rapaz bem charmoso, bonito e perfumoso
Que não seja rico em dinheiro, mas sim em caráter
Mas que seja rico em beleza, interna sim senhor
Pois, para quem vislumbra somente a riqueza
Do dinheiro, boa pinta não parece que é.
Pois, quem sabe sabe direito que o dinheiro
Não trás lá, a tal felicidade... já dizia minha avó.
A riqueza maior que existe está na tal da honestidade,
Essa sim, trás com certeza, o dinheiro como valor
Do esforço merecido do trabalho realizado.
É disso que eu preciso, de gente honesta
Para que eu seja bem sincera e não receba
Do caboclo de novo aquele papel de besta
Achando que tá abafando com sua língua dourada
Mas, não sabe ele, o coitado, que de rico não tem nada.
Pois, o mais pobre pode ser o mais rico em amor,
Coisa que o rico avarento não sente e não conhece,
Pois o único amor que ele pratica é pelas tuas moedinhas
Que amontoam no seu cofre, fica cheio e pesado.
Mas, coitado de todo rico que não empresta e nem doa,
Morre tolo e egoísta, morre pobre de espírito,
Não sabe ele quando morre logo de cara,
Toma um susto, pois descobre de supetão
Que não tem gavetas e nem cofres bem dentro do teu caixão.
Simone Medeiros
Ilustração: Google
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